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Wilson Figueiredo, o nosso Figueiró: um século de Jornalismo 2n532j

O jornalista, Editor de Opinião do JB, faleceu aos 100 anos, no Rio de Janeiro

Por Carlos Franco, jornalista z1v3

Editor de UDI Cult/ Especial para Plurale 2l2d3p

Wilson Figueiredo, o “Figueiró”, apelido que ganhou do escritor Mário de Andrade (1893-1945), fechou os olhos pela última vez longe das redações barulhentas que tanto amara. Capixaba nascido na pequena Castelo em 29 de julho de 1924, mineiro de coração e carioca por opção, Figueiró durante quase 50 anos foi a alma do Jornal do Brasil. Homem de letras afiadas e convicções inquebrantáveis viu a história ar diante dos olhos atentos, críticos e ternos e a registrou até que, enfim, como diria o mineiro João Guimarães Rosa, ficou encantado depois de muito encantar com seu talento, carinho, respeito e estímulo às diferentes gerações de jornalistas e escritores com os quais trabalhou e ajudou a moldar. 5w3b4h

Figueiró, com quem convivemos na redação do Jornal do Brasil, na Avenida Brasil, 500, foi um dos últimos “mineiros” daquela geração formada por Fernando Sabino, Otto Lara Rezende, Paulo Mendes Campos, Sabato Magaldi e Hélio Pellegrino que acreditava nas palavras como armas, nas reportagens como crônicas de um país em eterna ebulição e na literatura como alimento para o espírito. 6l4l

O homem que cobriu ditaduras, entrevistou presidentes, escreveu livros que atravessaram décadas sem perder o fôlego, deixa importante legado. O primeiro livro, A Mecânica do Azul” (1946), por exemplo, tem capa de Burle Marx e apresentação de Tristão de Athayde. Uma obra que marcou o seu círculo de amigos como Fernando Sabino que a cita na obra “Jogo de Damas”. 6z525x

Morreu como viveu: discreto, elegante e sem pompas, mas deixando atrás de si um rastro de tinta e papel que não se apagará. Seu nome amanhã não estampará manchetes — o mundo agora é outro, mais rápido, mais efêmero—mas ele e a sua obra ficarão na memória dos que ainda sabem que jornalismo já foi literatura, e que literatura, quando feita jornalismo, é também um ato de resistência. Talvez, o papa Francisco que nos deixa no mesmo dia necessitasse de levar consigo um brilhante e tolerante redator. E lá se foi o Figueiró. 3r2z1e

Como outro grande nome da literatura e do jornalismo, o tricolor Nelson Rodrigues escreveu “Geralmente, nós jornalistas modernos, temos a mania da objetividade, por isso, não enxergamos nada, somos cegos para as evidências mais ululantes. O Wilson não. É poeta e, como tal, está sempre a um milímetro de delírio”. 6d71s

Siga em paz, mestre Figueiró ao encontro de Loudes com quem teve os filhos Pedro, Rodrigo, Vanessa e Andrea. 1u6j54







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